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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

BIOGRAFIA

Gabriel Ferrer
             Em 1928, Dona Helena Ferrer, que havia ficado viúva de Carlos Pinto de Andrade, coletor federal, por volta de 1926, com apenas 24 anos de idade teve que se mudar de Silvestre Ferraz para São Lourenço, a fim de assumir uma cadeira no Grupo Escolar “Dr. Melo Viana”. Com ela vieram seus três filhos: Carlos, com 9 anos, Celso, com 7 anos e Gabriel, com pouco mais de 5 
anos de idade. Foram todos matriculados no 
mesmo estabelecimento de ensino onde lecionava sua mãe. 
Helena Ferrer e Carlos Pinto de Andrade


           Terminando o curso primário, cada um se encaminhou para um determinado tipo de trabalho a fim de ajudar no orçamento familiar. Carlos aprendeu o ofício de barbeiro, profissão que exerceu até seu falecimento em 2008. Celso, também já falecido, trabalhou por algum tempo na firma “Singer Máquinas de Costura” , dedicando-se mais tarde a profissão de alfaiate. Gabriel ingressou no escritório de contabilidade da firma “Silvestrini Irmãos”, onde trabalhou por mais de trinta anos (1945 – 1978).
Celso de Andrade

Carlos de Andrade

            Ao entrar no cinema pela primeira vez em 1936 para assistir um capítulo do seriado Flash Gordon, Gabriel, aos 10 anos de idade, ficou deslumbrado pelo mundo mágico da sétima arte e teve naquele momento seu maior incentivo para fazer cinema.


Cartaz Original de 1936


            Em 1944, ele conhece Maria, e começam a namorar – claro, no cinema. O casamento veio em 1946, Maria com 16 anos e Gabriel com 19. Foram muito felizes por 57 anos até 2003 quando Maria veio a falecer deixando muitas saudades entre os seus. A união de Gabriel e Maria durante todos esses anos foi agraciada com a chegada dos 6 filhos do casal: Larry Ferrer (1947), Douglas Vieira Ferrer (1949- 2010), Wagner Ferrer (1952), Denni Ferrer (1955 – 1991), Wander Ferrer (1957) e Thelma Filomena Ferrer (1958).
Casamento de Gabriel e Maria

            A oportunidade de filmar chegou em 1948, quando ele conseguiu uma câmera emprestada por Juscelino Filgueiras, proprietário da loja MAGAZINE, onde se encontravam produtos como câmeras, filmes e afins, e pode filmar o aniversário de seu avô, desde então não conseguiu mais parar. No mesmo ano Gabriel foi ao Rio de Janeiro e comprou sua primeira câmera, uma Sinclock. Nos domingos e feriados, Gabriel se dedicara a fazer filmes cinematográficos, um talento nato que só muito mais tarde seria reconhecido pelos inventores do cinema.
Filmagem de cena de "Fogo na Fronteira"

            Em 1952, há mais de meio século, quando no Rio de Janeiro e São Paulo os produtores cinematográficos com grandes recursos técnicos e financeiros só faziam pornochanchadas, em preto e branco, Gabriel foi pioneiro, fazendo um filme colorido. Sem recurso algum, utilizando apenas uma pequena câmera de 16mm, de corda e com uma objetiva, Gabriel rodou o filme “FOGO NA FRONTEIRA” todo colorido, além de outros em preto e branco como “Tesouro de Tahiti” e “Irmãos em Armas”, nos quais ele era o escritor, o produtor, o diretor e algumas vezes um dos personagens dos filmes. Inclui-se ainda a filmagem, sonorização, montagem e dublagem feitas por Gabriel e Thelma, sua filha.
           
Gabriel Ferrer instruindo os atores em cena de "Fogo na Fronteira"


            Gabriel Ferrer faleceu dia 9 de setembro de 2013 em São Lourenço, Minas Gerais e é reconhecido e respeitado como um dos grandes talentos da cidade.
            Numa homenagem justa ao trabalho iniciado, desenvolvido e realizado por ele, é minha intenção mostrar a todos os amantes da sétima arte o que é acreditar num sonho e fazer disso seu ideal de vida. Os obstáculos não importam quando a meta a ser alcançada é um ideal. Se ultrapassá-los torna-se inevitável, não há porque se deter diante deles. O fato desses obstáculos existirem só significa que o resultado pode não vir com facilidade, e transformá-los em realidade é apenas uma questão de determinação. É isso que nunca faltou a esse grande PAI, AVÔ e BISAVÔ, que conseguiu ser grande em todos os seus feitos.